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A supervalorização da beleza

10 de setembro de 2013


Eu era uma adolescente normal. Tinha amigas verdadeiras, daquelas que estão com você pro que precisar. Namorar um garoto que, mesmo não sendo botino, me amava. Usava meus cabelos castanhos cacheados com todo orgulho. Estava um pouco acima do peso, mas minhas gordurinhas não me afetavam. Um dia, perdi o papel principal numa peça da escola por não fazer o "gênero princesa". Foi aí que decidi mudar.

Comprei revistas de dieta e fiz greve de fome, até que alcancei os tão sonhados 50kg. Pintei meu cabelo, afinal, as loiras chamam mais a atenção. Em seguida, alisei-os, pois li num artigo que cachos são ultrapassados. Pouco depois, terminei meu namoro. Agora que estava impecavelmente linda, não poderia ficar ao lado de alguém sem beleza exterior. Minhas amigas antigas? Rompi relações, claro. Ser vista ao lado de meninas que misturam estampas, queimaria meu filme. Fiz novas amizades com pessoas perfeitas assim como eu, e pensei que viveria um conta de fadas. 

No entanto, não precisei chegar ao final para saber que seria infeliz. Percebi que minhas novas amigas eram fúteis, mas já era tarde para reatar os laços com as antigas, que alegavam não gostar do meu novo jeito de ser. Descobri que amava o meu ex-namorado, mas ele não quis voltar por eu tê-lo magoado quando terminamos. Mas o que isso me importava? Eu estava linda como sempre sonhava. Quando percebi as idiotices que havia feito, tentei consertá-las. Não foi fácil reconquistas a confiança de pessoas que eu havia machucado, mas me esforcei. E consegui. Hoje, abri mão de toda futilidade da ditadura da beleza e estou realmente feliz, como era antes de entrar nessas roubada. O que aprendi com isso? Beleza não põe mesa. Por mais que seja supervalorizada, não vale a pena abrir mão de seus valores por algo meramente exterior. Sua essência dizia quem você realmente é.

Texto escrito por Samira Andriotte.
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Um comentário

  1. Nossa esse texto parece que foi feito para mim, com a exceção de que eu não precisei fazer nada disso para saber que tinha que me valorizar. E quer saber? Eu sou muito feliz assim, gordinha, com meus cachos, morena, com amigas verdadeiras e que me amam. E é lógico que as vezes me bate uma insegurança, mas eu a ignoro, porque as pessoas gostam de mim pelo que eu sou e eu aprendi que devemos valorizar tudo o que temos.
    Amei o texto!
    Beijoss

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