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Seria Leandro?

24 de junho de 2014


Quarta-feira, hora melancólica das cinco e meia, quando chove. Choveu úmido e frio na tarde antes sufocante de novembro. Ela caminhava na direção do metrô, os sapatos molhados. Pelo menos o metrô lhe parecia um progresso no meio dos tempos decadentes. Dava-lhe a sensação de estarem em outro país, a decadência em torno assustava. Marina tinha cabelos curtos, pretos, olhos castanhos e não fazia o tipo que amava academia, entretanto, não reclamava da vida, quase nunca. Porém não estava satisfeita com as coisas ao seu redor, já fazia tempo, mas de certa forma faltava coragem para buscar algo novo, faltava coragem para mudar. 

Ela que nunca gostou de rotinas, de repetição, hoje em dia se encontrava voltando da faculdade de psicologia, parada na estação, esperando o caótico metrô de São Paulo. Já eram quase seis horas e chovia bastante, ela não era contra, até que gostava de chuva, mas não nesse dia, pois sempre achou que chuva foi feita para dormir não para sair, ainda mais em uma quarta-feira que até o momento não deixava nada a desejar, ou motivos para ficar extremamente feliz, pois era um dia simplesmente normal. Até que a fome apertou e se lembrou que havia uma loja de cupcakes na rua de trás, era o seu predileto. 

Marina já estava molhada mesmo, então não tinha nada a perder. Saiu então na direção da loja, até que avistou de longe um alguém de costas, aparentemente cabelos castanhos, guarda-chuva preto e uma blusa de frio azul escuro, mas tudo isso foi deduzido por ela, pois graças aos seus dois graus e meio de miopia, ela só enxergava um vulto e consequentemente justo hoje, ela saiu atrasada de casa deixando seus óculos em cima da mesa do computador. Seria Leandro o certo vulto que viu? De longe parecia bastante, se bem que já se faziam alguns desde a oitava série, onde ela o viu pela ultima vez pessoalmente, mas parecia bastante com suas fotos de facebook. Ela não pensou duas vezes e foi correndo até a direção do certo garoto, e adivinha só? Não era Leandro e nem ninguém que ela conhecesse. Mas eles se conheceram, trocaram telefone, nome e etc, certo? Também não. Ela apenas pediu desculpas e voltou para a estação, sem até mesmo o seus cupcakes. E vocês realmente acharam que teria um final feliz? Malditos filmes da Disney.

8 comentários

  1. Ahhh, adorei o texto!
    Principalmente o final, haha, bem inusitado. Fiquei de cara. Estava querendo e esperando um final feliz, poxa, mas vamos combinar que é sempre assim que acontece na vida real, então tudo certo, haha.

    Amei a forma que você narrou a história e foi colocando uns detalhes aqui e ali. Muito bom. Você escreve bem! Parabéns!

    Ps: também adoro chuva, mas só quando eu posso ficar em casa, principalmente se for pra dormir ouvindo ela bater contra a janela <3

    macabea-contemporanea.blogspot.com

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    1. Ah, essa nossa velha mania de sempre achar que toda história tem que ter um final feliz né?! E digamos, que graças ao final é uma história bastante (ou quase) real certo? O que geralmente causa um grande impacto mesmo. Haha. Muito obrigada! Fico muito feliz por ter gostado ;)

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  2. Hahaha.... Texto muito bom e o final me deixei sem palavras pois pensei que acabariam felizes o mundo realmente não é um conto de fadas.


    chroniclesofacrazyteen.blogspot.com

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    1. Muito obrigada! E exatamente, esse texto é só pra gente lembrar que como você mesmo disse, o mundo não é um conto de fadas.

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  3. :O muito bom amor

    da uma olhadinho no meu blog bjus http://aos15s.blogspot.com.br/

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  4. Realmente achei que seria o Leandro ou seu futuro amor. Kkkk Amei o texto. Principalmente o final! ❤

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