Nem te conheço, mas lembro-me bem da primeira vez que te vi. Estava com medo. Primeiro dia de aula nunca é fácil. Você entrou assim; lindo e irradiante. Ao descobrir que eramos da mesma turma vibrei e fiquei praticamente a aula inteira te observando. Você me olhou algumas vezes, olhares rápidos, nada demais. Você falou pouco, mas pelo pouco, percebi sua voz grave, rígida e perfeita. Seus olhos verdes me encantaram, uma junção perfeita com sua pele morena, seu cabelo curto e repicado, seu alargador e seu jeito diferente, escondido, reservado.
Fim de aula, vou para o ponto de ônibus e você estava lá. Te reparo um pouco mais e meu ônibus chega. Maldito ônibus. Próxima semana e você está lá, no mesmo lugar. Tudo como antes, nada mudou. Sempre te olhando e te reparando. Te vejo conversar com outro alguém, mais nada. Dias assim foram se passando e você chegou atrasado, sentou-se na minha frente e pude sentir seu cheiro, reparar seu cabelo e acidentalmente vi seus pulsos mutilados. Senti algo ruim dentro de mim, uma certa pena por fazer o que faz. Senti suas dores no primeiro instante, foi a explicação exata para seu isolamento, por ocupar a cadeira dos fundos. Seu jeito medroso, tímido e desconfiado. Enfim, eu não entendo.
Fim da aula e saímos juntos, um atras do outro. Você não me reparou, é claro, mas estava o tempo todo, cada segundo te olhando e observando seus passos, o modo com que andava, mexia no cabelo, anotei até mesmo o numero do seu ônibus. Parece doença mas não é. Próxima semana e nada de você. Chega mais uma vez atrasado e me deparo com sua beleza, com seu jeito, seu cabelo, suas roupas. Vamos a aula e você está nos fundos novamente. Escuto sua voz e percebo seu sotaque. Não gostei. Mas descobri que seu instrumento predileto é o piano. Fomos embora juntos. Admito ter esperado você sair para ir atras. Parou para comprar algum salgado e te encontro no ponto. Nos olhamos algumas vezes, nada demais.
Semana de prova, todos aflitos. Era eu, você e três meninas com que eu estava a conversar no corredor. Fiquei sem graça por estar tão perto. Você ria algumas vezes da nossa conversa. Te senti próximo a mim. Fomos os primeiro a entrar na classe. Nos sentamos e como sempre você se isolou. De repente se aproxima e pergunta se tenho um lápis para lhe emprestar. Disse que sim e o emprestei. Nervosa, mas consegui entregar-lhe o bendito lápis. Foi ai nosso primeiro dialogo. Pareço boba por estar registrando e me importando demais com esses detalhes talvez insignificantes para muitos. Mas sinto seu sorriso, seus olhos, você, próximo a mim.
Como sempre, tentarei não me iludir. Possa ser uma paixão boba, um encanto bobo, algo para me ocupar, para me mexer um pouco. Na verdade não sei o que sinto por você, mas é algo bom, me faz bem.
ouuunt que lindo sté , será que tá apaixonada? rs
ResponderExcluirQue lindo!
ResponderExcluirNunca vivi nada assim, mas me imaginei na história.
aiiin... acho que esse é meu texto preferido seu!! :)
posrealidade.blogspot.com.br
Que lindo ! Parece até coisa de Filme Americano *-*
ResponderExcluir